sexta-feira, 17 de abril de 2009

Depois de uma noite infernal

O técnico de saúde "à beira de um ataque de nervos" que vive dentro de mim, está cansado, não lhe apetece queixar-se mais, nem reclamar contra os relógios de ponto digitais, ou quaisquer outras medidas acéfalas que surgem de cérebros seguramente mais esclarecidos do que o meu!




Morrer é uma inevitabilidade, acho que por já ter pensado alguma coisa no assunto, a finitude está interiorizada.
Isto teve um principio, terá que ter um fim!
Mas ainda não me sinto em paz com esta ideia, porquê?
Talvez porque ainda há coisas que quero fazer, pessoas com quem quero estar, sentimentos que quero ter!

Pois é isso mesmo, parafraseando alguém, a morte é inevitável mas quando chegar que encontre apenas os restos do que eu deixar para ela levar.
Viver é complicado, buscamos a perfeição, acomodamos a frustração, trabalhamos afincadamente e, no meio da confusão, é fácil esquecermos coisas essenciais como simplesmente olhar, cheirar, sentir o prazer de aquecer depois de ter muito frio...
E com este pensamento lembrei-me de um casal que resolveu mudar de vida.
Como primeira medida mudaram para o campo, depois, mudaram o apelido e apelidaram-se de Sossegadinho.
E como bons sossegadinhos, observam, olham, ouvem, sentem, criam, e tudo isto com muito tempo...

Lá veio de novo e inveja (da boa, como me ensinou a M&M), a gula (sem pecado), por que diabo trabalho desta forma maluca, que me faz perder a parte da vida de que realmente gosto?
Não sei, não aprendi a fazer diferente. Mas...e quando for grande?
Quado for grande quero ser uma sossegadinha, algures, com tempo para simplesmente ser, sem ter que parecer, gostar (ou desgostar), sem ter que justificar.

5 comentários:

Jose Ruah disse...

CM
Nao creio que consigas ser uma sossegadinha mas mais acalmadinha talvez. Quanto a fazer coisas e estar com pessoas vais ter seguramente o tempo para isso.
QUe coisa essa de falar em morrer...

É sempre uma descoberta nova cada coisa que escreves.

C.M. disse...

Pois morrer é uma inevitabilidade, e como tal acho que é um bom exercicio pensar no que fazer antes de tal coisa!
Desculpa contrariar mas gostava mais de ser sossegadinha mesmo, e não acalmadinha!
Bjos

Aline Cortez disse...

C.M. - Pois olha, a última vez que te li estavas em Alcoutim.
Agora se fores mais assidua a escrever por aqui, eu prometo que também serei a ler.
Hoje estou com a cabeça muito confusa e tu logo deste para este tema. Sossegadinha ??!! ... pois espero estar cá para ver. bjs minha técnica de saúde preferida

C.M. disse...

Wellcome!
Sim sou pouco assídua neste espaço mas o tempo não é muito e a cabeça nem sempre está em "modo escrita".
Fico contentita mesmo sabendo-me a tua técnica de saúde preferida!
Sossegadita, é isso mesmo que vais ver!
Bjinho

sara disse...

Sossegadinha... eu tambem quero ser sossegadinha quando for grande. Adorei este post. Sabes, sinto que passamos a vida a buscar, buscamos demasiado e esquecemo-nos de ser. Fará sentido "querer" ser sossegadinha em vez de se sentar e olhar, acalmar o espírito, agora, já? Existirá o futuro como mais do que um tempo verbal? Hoje nao será tudo o que temos (o que somos)? Sao questoes que me coloco a diário, é sempre aconchegante ver que nao sou a unica. :)
abracos