quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Inveja

Senti nos últimos dois dias uma inveja gigante.
Ao ler um livro que mais adiante vos direi o nome, os meus pensamentos foram invejosos, dava tudo para ter sido eu a escrever aquilo!

Numa linguagem fácil, com uma clarividência invejável, Amos Oz fala-nos de fanatismo, de compromissos e do conflito Israelo-Árabe de uma forma notável, pela sua simplicidade mas acima de tudo pela sua clarividência e profundo conhecimento da Condição Humana.

Sendo eu uma criatura de consensos, acreditando na racionalidade como forma de resolução de problemas, e apaixonada pelo humor e pela imaginação, fiquei muito satisfeita com a comunhão de ideias que senti ao ler este senhor.

Falando de fanatismo, e só para aguçar a curiosidade:

"A essência do fanatismo reside no desejo de obrigar os outros a mudar. Nessa tendência tão comum de melhorar o vizinho, corrigir a esposa, de fazer o filho engenheiro ou endireitar o irmão, em vez de deixá-los ser. O fanático é uma das mais generosas criaturas. O fanático é um grande altruísta. Está mais interessado nos outros do que em si próprio. Quer salvar a nossa alma, redimir-nos. Livrar-nos do pecado, do erro, do tabaco, da nossa fé ou da nossa carência de fé."

Não vou transcrever as três conferências que estão compiladas num livrito pequenino que se chama "contra o fanatismo", mas leiam que vale a pena.

Espero gostem e comentem.