sexta-feira, 5 de junho de 2020

As palminhas e a hipocrisia

Dei comigo muito irritada com as manifestações das palminhas e cantigas à janela na exultação das profissões "da linha da frente" e tive que parar um pouco para pensar na causa da minha indignação.

Foi fácil, é a hipocrisia, a defesa de determinada causa motivada apenas pelo medo, mais nada.
O que leva as pessoas a estas manifestações de solidariedade súbitas? " O medo"

Já transcrevi neste blogue em tempos o poema do medo do Alexandre O'Neill e é isso mesmo.
Junto ao medo a hipocrisia e é um "caldinho" perfeito.

Ora então, profissional de saúde, policia, bombeiro sempre foram profissões com risco associado,ou não?
Terá sido agora que apareceu a primeira doença contagiosa da humanidade? Ou, lidamos com elas todos os dias?
E,  se agora até temos algumas protecções (as famosas e nalguns casos escassas EPI's),  há 100 anos já havia médicos e enfermeiros e auxiliares que, sem EPI  trataram dos seus doentes o melhor que podiam e a ciência da época recomendava (peste, gripe espanhola, ébola, lepra, tuberulose...) enfim uma lista infindável de doenças que sempre tentámos tratar, com maior ou menor risco de contágio.

Os policias sempre andaram atrás dos ladrões (infectados com qualquer coisa, ou não), e têm como função impôr a ordem pública (o que tem riscos evidentes),  os bombeiros sempre se entregaram de alma e coração ao combate aos incêndios, onde além do risco imediato das queimaduras sabem haver um risco a longo prazo pela inalação crónica de fumo.

Todas estas categorias profissionais que referi são mal pagas (os polícias parece que até a farda pagam), os profissionais de saúde idém e os bombeiros, nem se fala (só as palminhas no Verão quando o país está a arder e lá temos de novo o medo combinado com a hipocrisia, de quem bate palminhas mas critica qualquer melhoria das condições de trabalho destes profissionais que labutam em várias "linhas da frente" (este termo irrita-me mas é o que está na moda).

Todos estes profissionais, são funcionários públicos.
Aquela classe de parasitas que não faz nada e vive às expensas do estado.
Sempre que há uma greve por melhores condições  de trabalho ou ordenados, ouvem-se este tipo de comentários, e aposto que muitos dos que nos chamam parasitas fazem parte dos que agora, acometidos pelo Medo, vêm bater palminhas às janelas.

Tenho pena de ter assistido a tantas manifestações de palminhas, musiquinhas...apoios aparentemente incondicionais????

Os ordenados dos funcionários públicos são baixos e nalgumas categorias profissionais miseráveis.
Os médicos fogem para a privada, na miragem de que estes pagam melhor (sem a noção do perigo que isso representa, sim porque esses pagarão melhor enquanto for custo-efectivo, depois...será o que eles quiserem). Mas isto dá outra crónica.

Os enfermeiros, emigram sempre que podem (e podem muito porque os nossos são excelentes) e na privada são igualmente mal pagos.

Os auxiliares, dada a miserabilidade dos ordenados, muito próximo do ordenado mínimo, têm que trabalhar em dois sitios, o que representará 16h/dia para muitos deles.
E sim, como trabalham em dois sitios há alguém que tem dois empregos para quem não tenha nenhum...mas experimentai viver do ordenado mínimo (aconselho a experiência a todos).
Os técnicos de meios auxiliares de diagnóstico, os terapêutas, é a mesma coisa.
Só conheço uma classe profissional na saúde que arrisca pouco (ou quase nada) e é bem paga, o gestor, o administrador (não não é a administrativa, essa é mal paga, leva com muitos perdigotos e com o mau humor dos utentes e dos outros profissionais mal dispostos)

Por isso malta, aqui deixo "O medo" de novo e o pedido a todos os que bateram palmas depois disto nos ajudem na luta por melhores condições de trabalho.
Não, as palminhas não pagam contas, nem dão locais dignos para trabalhar!

Quando nos puseram relógios de ponto nos hospitais escrevinhei aqui umas palavritas, na altura, que recordo bem, ouvi muitas vozes a defender a medida "agora é que os malandros vão ver o que é trabalhar e cumprir horários"! Nessa altura prometi que iria cumprir escrupulosamente o meu horário, não consegui, mas aquele bendito relógio de ponto teve uma utilidade!
Nestes anos trabalhei mais quase mil horas e não fiz 70 folgas (leia-se trabalhei 70 domingos, feriados e tolerâncias de ponto) para esta contabilização serviu o detestável ponto, ora imaginem lá que isto tinha começado há 30 anos ?
Em calhando já me podia reformar!!!
Mas , esse mesmo "sistema informático" desconta os 10 minutos de atraso e, se no meu caso priveligiado as horas que trabalhei a mais não foram pagas mas ficaram registadas, noutras classes profissionais nem isso, só serve mesmo para contar o " a dever" não há coluna para "o haver".
Parece uma imposibilidade, sim , mas é mesmo verdade, se alguém tiver curiosidade (o que eu duvido) posso explicar como funciona o saldo de horário e a bolsa de horas e...etc.

Fica o poema, e um pedido de desculpas a todos os profissionais que agora não formam mencionados nestas palavras (porque ninguém ainda lhes bateu palminhas!) como os professores, os funcionários de repartições,da idústria alimentar, os senhores que nos mantém as ruas limpas, e por aí fora.
Dedicar-lhes-ei umas palavritas em breve.
Sim porque ser professor neste pais é outra tristeza. Levam com os ranhosos, com os irados pais e chegada a esta altura da história reinventam-se em formatos alternativos que dão seguramente mais trabalho e exigem imaginação e dedicação.
Haverá criticas? Concerteza que sim, mas quantos de nós já tínhamos tido que reinventar uma vida em crise sanitária? Eu nunca, e já não sou propriamente nova...

Há muitas outras profissões que merecem muitas palminhas, mas acima de tudo merecem melhores ordenados e melhores condições de trabalho. Batalhemos por todos, sem medo, sem hipocrisia.







quinta-feira, 14 de maio de 2020

A cadeira elevatória e a humanidade

A propósito da "solidariedade estranha" que surgiu com esta pandemia, e sobre a qual vou tentar organizar ideias um dia destes, e porque soube que aquilo que há 10 anos foi uma conquista agora é lei, resolvi vir aqui contar a história do (já famoso) Zé da Boina e sua cadeira.

Era uma vez um Homem, careca, giraço, inteligente, culto, trabalhador, honesto e com uma preocupação quase patológica em ser um Homem Justo. Era ele o Zé da Boina (para a malta do facebook), Meu Pai (para a malta que me conhece), e o Zé Mota (para a malta que o conhece a ele).

Ensinou.me o tal "da Boina", que o que há de mais precioso nesta vida é o Respeito pelo próximo, seja ele quem for.

Aprendi desde muito cedo que as raças, os credos e/ou as cores políticas, são apenas uma parte do que nós somos como seres Humanos.
Tentou ele explicar-me também que a condição humana é de uma enorme precaridade, que tudo se desmancha com enorme facilidade, que quem hoje está bem, amanhã pode estar tão mal que morre e pronto acabou-se.
Por isso o mais importante desta vida é mesmo viver com Humanidade!

Ora, o tal Zé (Pai e com boina porque tem frio na careca) encontrou-se numa condição mais precária da sua existência por doença (AVC) e deixou de conseguir subir as escadas do andar onde vive (3ºandar).
Então, solícitos filhos, bem educados, e tendo aprendido que a autonomia é uma das coisas importantes para um ser humano, chamam uma empresa para estudar a forma de colocar um "auxílio" nas escadas.
Que seja tecnicamente exequível, que não incomode ninguém, e cuja despesa os nossos pais suportam na íntegra.
Acresce ainda a proposta do tal senhor "da Boina" que deveria ser claro que qualquer morador no prédio em caso de necessidade poderia usar o dispositivo que se viesse a colocar.

A empresa, depois de estudar a situação, propõe que se coloque uma cadeira elevatória.
E então avisam-se os solidários senhorios e os  restantes habitantes do prédio, coloca-se uma carta a fazer o aviso da data de colocação previsível, pedindo desculpa pelo incómodo.
Tínhamos obviamente o acordo verbal prévio de todos eles, ou não estivessemos a falar de pessoas humanistas e solidárias.

Aí, eles, os senhorios e restantes condóminos, fazem uma reunião e...tornam-se ex-humanistas e ex solidários e decidem que Não autorizam a montagem da cadeira!
Motivos? Nada que eu perceba, os envergonhados alegam motivos técnicos inexistentes, os restantes usam como argumento apenas que o prédio é Meu e ninguém vai colocar nada no Meu prédio, e a cadeira nem sequer é bonita! E o senhor que é deficiente quando quiser sair de casa chama uma ambulância!  Heil!

Aí, tal como me ensinaram desde pequena, nada a temer, os tribunais existem para ver quem tem razão, certo?
Primeiro passámos por alguns advogados que nos explicaram que se o condomínio não aceita...hum...se calhar não há muito a fazer.
Mas, lá vieram duas advogadas inspiradas e um reforço positivo do arquitecto da câmara que disse:  bom lá legal não é, mas é imoral e se vocês podem (que é como quem diz têm dinheiro), lutem porque a maior parte das pessoas nessa situação não o pode fazer.

Vamos então ouvir o parecer de um juiz (no caso em apreço, uma juíza), parte não interessada na questão e que a analisa aos olhos da lei.

Analisada a questão , a ordem que surge da providência cautelar é simples "nenhum cidadão" pode ser impedido, de colocar um acesso à sua casa e não não é de ambulância que se vai ao cinema ou jantar fora (isto ela não disse mas sei que pensou:-))
Coloque-se a cadeira!

E aí deu-se inicio a uma novela que valeu a pena seguir!!!
Gritos, insultos, maus tratos, idas à TV, já não sei descrever tudo mas sei que a cadeira foi colocada com guarda policial e que depois foram muitos anos (oito) em luta de tribunais com recursos atrás de recursos que (porque podemos) lá fomos suportando até ao final, alguns milhares de euros depois.

Esta pandemia, e as questões de solidariedade que tem colocado lembraram-me este episódio, fica assim registado neste meu diário de bordo abandonado há tanto tempo.



sexta-feira, 16 de março de 2018

Voltando, anos depois


Isto tem um motivo.
Blogue de alguém é personalizado. Rede social é...diferente.
Aqui quem vem, quer saber o que eu penso.
Não tem que levar com os meus pensamentos ao ligar o telebimbo,
O mundo está doido.
Penso eu, agora.
Há quantas gerações alguém como eu acha que o mundo está doido?
Demais...tanto que ainda há Sírias e eu não percebo.
Somos a mesma espécie, onde está a lógica?
É geração antiga? (forma mais simpática de dizer... velha)
Mas... nop,
O horror da humanidade é milenar
Tem composição?
Gostava de acreditar que sim.



Não tem sentido?

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Tenho dado comigo a pensar neste poema...

First they came for the Socialists, and I did not speak out--
Because I was not a Socialist.

Then they came for the Trade Unionists, and I did not speak out--
Because I was not a Trade Unionist.
Then they came for the Jews, and I did not speak out--
Because I was not a Jew.
Then they came for me--and there was no one left to speak for me.

                                                         Martin Niemöller

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Mais umas verdadinhas

Há alguns incompetentes, mas poucos inocentes. O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado?  Como caixa de ressonância daqueles que de quem é porta-voz (tendo há muito deixado de ter voz própria), o presidente da Comissão Europeia, o português Durão Barroso, veio alinhar-se com os conselhos da troika sobre Portugal: não há outro caminho que não o de seguir a “solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” ? descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego. Que o trio formado pelo careca, o etíope e o alemão ignorem que em Portugal se está a oferecer 650 euros de ordenado a um engenheiro electrotécnico falando três línguas estrangeiras ou 580 euros a um dentista em horário completo é mais ou menos compreensível para quem os portugueses são uma abstracção matemática. Mas que um português, colocado nos altos círculos europeus e instalado nos seus hábitos, também ache que um dos nossos problemas principais são os ordenados elevados, já não é admissível. Lembremo-nos disto quando ele por aí vier candidatar-se a Presidente da República.  Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus. Todas as semanas ele cheira o vento e vira-se para o lado de onde ele sopra: se os srs. Monti, Draghi, Van Rompuy se mostram vagamente preocupados com o crescimento e o emprego, lá, no alto do edifício europeu, o cata-vento aponta a direcção; se, porém, na semana seguinte, os mesmos senhores mais a srª Merkel repetem que não há vida sem austeridade, recessão e desemprego, o cata-vento vira 180 graus e passa a indicar a direcção oposta. Quando um dia se fizer a triste história destes anos de suicídio europeu, haveremos de perguntar como é que a Europa foi governada e destruída por um clube fechado de irresponsáveis, sem uma direcção, uma ideia, um projecto lógico. Como é que se começou por brincar ao directório castigador para com a Grécia para acabar a fazer implodir tudo em volta. Como é que se conseguiu levar a Lei de Murphy até ao absoluto, fazendo com que tudo o que podia correr mal tivesse corrido mal: o contágio do subprime americano na banca europeia, que era afirmadamente inviável e que estoirou com a Islândia e a Irlanda e colocou a Inglaterra de joelhos; a falência final da Grécia, submetida a um castigo tão exemplar e tão inteligente que só lhe restou a alternativa de negociar com as máfias russas e as Three Gorges chinesas; como é que a tão longamente prevista explosão da bolha imobiliária espanhola acabou por rebentar na cara dos que juravam que a Espanha aguentaria isso e muito mais; como é que as agências de notação, os mercados e a Goldman Sachs puderam livremente atacar a dívida soberana de todos os Estados europeus, excepto a Alemanha, numa estratégia concertada de cerco ao euro, que finalmente tornou toda a Europa insolvente. Ou como é que um pequeno país, como Portugal, experimentou uma receita jamais vista ? a de tentar salvar as finanças públicas através da ruína da economia ? e que, oh, espanto, produziu o resultado mais provável: arruinou uma coisa e outra. E como é que, no final de tudo isto, as periferias implodiram e só o centro ? isto é, a Alemanha e seus satélites ? se viu coberto de mercadorias que os seus parceiros europeus não tinham como comprar e atulhado em triliões de euros depositados pelos pobres e desesperados e que lhes puderam servir para comprar tudo, desde as ilhas gregas à água que os portugueses bebiam.  Deixemos os grandes senhores da Europa entregues à sua irrecuperável estupidez e detenhamo-nos sobre o nosso pequeno e infeliz exemplo, que nos serve para perceber que nada aconteceu por acaso, mas sim porque umas vezes a incompetência foi demasiada e outras a inocência foi de menos.  O que podemos nós pensar quando o ex-ministro Teixeira dos Santos ainda consegue jurar que havia um risco sistémico de contágio se não se nacionalizasse aquele covil de bandidos do BPN? Será que todo o restante sistema bancário também assentava na fraude, na evasão fiscal, nos negócios inconfessáveis para amigos, nos bancos-fantasmas em Cabo Verde para esconder dinheiro e toda a restante série de traficâncias que de há muito - de há muito! - se sabia existirem no BPN? E como, com que fundamento, com que ciência, pode continuar a sustentar que a alternativa de encerrar, pura e simplesmente, aquele vão de escada “faria recuar a economia 4%”? Ou que era previsível que a conta da nacionalização para os contribuintes não fosse além dos 700 milhões de euros?  O que poderemos nós pensar quando descobrimos que à despesa declarada e à dívida ocultada pelo dr. Jardim ainda há a somar as facturas escondidas debaixo do tapete, emitidas pelos empreiteiros amigos da “autonomia” e a quem ele prometia conseguir pagar, assim que os ventos de Lisboa lhe soprassem mais favoravelmente?  O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? Como poderíamos adivinhar que havia uns contratos secretos, escondidos do Tribunal de Contas, em que o Estado garantia aos concessionários das PPP que ganhariam sempre X sem portagens e X+Y com portagens? Mas como poderíamos adivinhá-lo se nos dizem sempre que o Estado tem de recorrer aos serviços de escritórios privados de advocacia (sempre os mesmos), porque, entre os milhares de juristas dos quadros públicos, não há uma meia dúzia que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo?  A troika quer reformas estruturais? Ora, imponha ao Governo que faça uma lei retroactiva - sim, retroactiva - que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelo Estado com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só o Estado assumiu riscos, encaixou prejuízos sem correspondência com o negócio e fez figura de anjinho. A Constituição não deixa? Ok, estabeleça-se um imposto extraordinário de 99,9% sobre os lucros excessivos dos contratos de PPP ou outros celebrados com o Estado. Eu conheço vários. Quer outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? Obrigue os bancos a aplicarem todo o dinheiro que vão buscar ao BCE a 1% de juros no financiamento da economia e das empresas viáveis e não em autocapitalização, para taparem os buracos dos negócios de favor e de influência que andaram a financiar aos grupos amigos.  Mais uma? Escrevam uma lei que estabeleça que todas as empresas de construção civil, que estão paradas por falta de obras e a despedir às dezenas de milhares, se possam dedicar à recuperação e remodelação do património urbano, público ou privado, pagando 0% de IRC nessas obras. Bruxelas não deixa? Deixa a Holanda ter um IRC que atrai para lá a sede das nossas empresas do PSI-20, mas não nos deixa baixar parte dos impostos às nossas empresas, numa situação de emergência? OK, Bruxelas que mande então fechar as empresas e despedir os trabalhadores. Cumpra-se a lei!  Outra? Proíbam as privatizações feitas segundo o modelo em moda, que consiste em privatizar a parte das empresas que dá lucro e deixar as “imparidades” a cargo do Estado: quem quiser comprar leva tudo ou não leva nada. E, já agora, que a operação financeira seja obrigatoriamente conduzida pela Caixa Geral de Depósitos (não é para isso que temos um banco público, por enquanto?). O quê, a Caixa não tem vocação ou aptidão para isso? Não me digam! Então, os administradores são pagos como privados, fazem negócios com os grandes grupos privados, até compram acções dos bancos privados e não são capazes de fazer o que os privados fazem? E, quanto à engenharia jurídica, atenta a reiterada falta de vocação e de aptidão dos serviços contratados em outsourcing para defenderem os interesses do cliente Estado, a troika que nos mande uma equipa de juristas para ensinar como se faz.  Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado. A próxima vez que o careca, o etíope e o alemão cá vierem, estou disponível para tomar um cafezinho com eles no Ritz. Pago eu, porque não tenho dinheiro para os juros que eles cobram se lhes ficar a dever. 

                                                                                                             Miguel Sousa Tavares

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Paulo Morais no canal Q



Vale mesmo a pena ouvir o que o senhor diz, clarito, sem espinhas