terça-feira, 2 de outubro de 2007

Regressei de uma espécie de faz de conta.
Fiz de conta que era marujo durante 5 dias.
Isto de ser marujo tem o que se lhe diga, não é tarefa fácil, as faxinas, as latrinas, os quartos (linguagem marinheira para dizer:4 horas de trabalho), o balanço, enfim, toda uma vidinha diferente com alguma dureza mas envolta do mistério que é o mar e regada com a possibilidade de apenas, observar.
Lá, nesse sítio, a horripilante pulseira electrónica a que chamamos carinhosamente telemóvel, não funciona, e aqui entre nós mesmo que funcionasse...mantive-me estratégica e"oficialmente", sem rede!
Os computadores e televisões também ficaram em casa.
Uns livritos para os menos mareados foi o melhor que se arranjou, de resto foi apenas trabalho marinheiro, sentir a vida, conversar muito, rir bastante.
Inacreditávelmente resultou tão bem que na volta à faina da vida real, todos suspiramos pelo apito da faina marinheira.


Mas a ideia deste blogue tem pouco a ver com vida de marinheiro, tem como objectivo primário, o desabafo, já agora porque não partilhá-lo e "escutar" as vossas opiniões sobre os desaires da existência de um afincado técnico de saúde.


E, no regresso da curta ausência, cumpre-me informar que...está tudo na mesminha.

O mesmo local de trabalho mal cheiroso, os mesmos pacientes , ora mais um termo mal aplicado, já não há nem pacientes, nem doentes, há utentes, esta nova terminologia, é claramente mais adequada, mais igualitária, mais democrática, porque diabo é que se chamava doentes às pessoas? Com que direito?

Os alunos que se ponham já em campo para reclamar!

"queremos ser utentes da escola e não alunos!" (designação totalitária e ostracizante)